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Rio vermelho pede passagem

Atualizado: 7 de jul. de 2021


Um dia nos ensinaram que menstruação é sujeira

Quando escorre as vestes que nos impuseram

Até gera vergonha alheia

Não suja! Mela e embeleza

Enalteço sangue de rainhas

Geram é humanidade!

Fecunda nações

Útero descama memória de todas

Que vieram antes de nós

Essas dores em teu ventre

São aclamações, minhas irmãs

Que um dia nosso poder de cura

Retorne da onde nunca deveria ter saído

Renascemos em ciclos

Entre os abortos clandestinos

E aqueles inevitáveis do destino

O medo de morrer

Que se dilua todos os resquícios

Daqueles que invadiram teu corpo

Sem amor ę autorização

Lágrimas descem pelos meus olhos

Entre minhas pernas


2018

OAIANA



 
 
 

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